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Foto: Peters Vet (Divulgação)
Passado o susto, a tartaruga que caiu do quarto andar de um prédio na Rua dos Andradas nesta segunda (4) passou por uma cirurgia de sucesso e terá alta médica na sexta-feira (8). Ela estava internada na Peters Vet, clínica veterinária de Santa Maria que oferece atendimento especializado a animais exóticos e silvestres.
A tartaruga, que na verdade trata-se de um cágado da espécie tigre-d'água, nativa da região, foi levada até a clínica pelos seus responsáveis, que não têm autorização legal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para criá-la, na segunda (4). Conforme a Peters Vet, o réptil será devolvido para os tutores, que responderão legalmente.
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O médico veterinário Gustavo Peters, responsável pelos cuidados com a tartaruga, trabalha há mais de 15 anos com esse tipo de animal. Ele contou ao Diário que a queda foi bastante considerável e trouxe danos graves para o casco do animal mas, por sorte, não houve lesão interna em órgãos moles. O réptil, que possui um metabolismo específico, passará a usar placas cirúrgicas permanentes.
– Leva tempo até haver uma cicatrização do casco, é um processo muito lento. Essas placas e a resina que foi colocada ficarão ali para sempre, mas isso não vai trazer dano e prejuízo nenhum para o animal – explica Peters.
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Segundo o médico veterinário, infelizmente esses acidentes são comuns na espécie tigre d'água. Ele conta que a Peters Vet realiza com frequência procedimentos cirúrgicos como o realizado na tartaruga que caiu do prédio. Além de quedas, os animais também têm o casco ferido por outros animais ou um carro passa por cima, por exemplo.
– Ela já está se recuperando super bem, já voltou para a água e está se alimentando. Então é só manter o antibiótico por mais um tempo e vida normal para ela – diz Peters.
CUIDADOS
Além, é claro, da autorização do Ibama, o médico veterinário reforça os cuidados necessários para ter um pet não-convencional como esse em casa:
– O ideal, antes de ter um animal exótico, é primeiro saber se existe a estrutura adequada que ele precisa. No caso de um cágado tigre-da-água, é ter um local com água onde ele possa mergulhar, se afundar totalmente, e o local seco onde ele possa sair. Também tem que ter cuidado com a temperatura de água e manter o ambiente o mais próximo possível ao seu habitat natural – finaliza Gustavo Peters.
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O CASO
A queda da tartaruga do quarto andar de um prédio na Rua dos Andradas nesta segunda-feira (4) foi presenciada por moradores e quem passava pela via. O 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) de Santa Maria foi contatado e informou que estava sem viatura disponível para recolher o animal no momento, mas poderia recebê-lo. Os moradores, então, colocaram a tartaruga em uma caixa e chamaram um táxi para levá-la até a sede do Batalhão.
Segundo o comandante do 2º BABM, na sequência, uma mulher chegou até o batalhão e se identificou como tutora do animal. Como ela não apresentou a autorização para a criação do animal, foi lavrado um termo circunstanciado e a mesma ficou responsável pela condução do animal para atendimento veterinário imediato.
A criação de tartarugas não é proibida no Brasil, desde que obtidas em um criadouro legalizado pelo Ibama. Criar animais silvestres sem autorização é crime previsto no artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998).